Sorte histórica
É uma boa notícia que haja um calendário como o da biblioteca de Dresden. Porque a maioria dos documentos da cultura maia, desaparecida perto do ano 900 d.C., foi destruída. "Quando os europeus conquistaram o México, os deuses maias eram tão estranhos para eles que o bispo Diego de Landa ordenou que todos os 5 mil livros maias fossem queimados", conta Bürger.
Apenas três livros maias sobreviveram não só à cristianização, mas também ao clima tropical e ao inferno da Segunda Guerra Mundial: o severamente danificado Codex Peresianus, hoje na Bibliothèque Nationale de Paris, o Codex Tro-Cortesianus, guardado no Museo de América, em Madrid, e o Codex Dresdensis. Esse último é o único no mundo cujo original ainda está acessível.
O calendário é originário do início do século 16, tendo sido produzido pouco antes da conquista espanhola, embora os pesquisadores não tenham uma datação mais precisa e não saibam a forma como o documento chegou da América Latina para a Europa. Relatos dão conta de que o bibliotecário e capelão da corte Christian Götze o descobriu em 1739, durante uma viagem de compras a Viena, de onde o levou para a Biblioteca Real, em Dresden.
Somente cem anos depois é que se descobriu que o documento é um manuscrito maia. O então diretor da biblioteca, Ernst Wilhelm Förstemann, conseguiu decifrar a grande parte da escrita histórica, marcando o dia 21 de dezembro de 2012 como uma data importante. Neste dia, começa um novo ciclo de 400 anos, o 14° baktun.
Fonte: dwde